Quem conhece a cidade de São Paulo e já circulou de metrô deve conhecer a estação Clínicas, que fica na linha verde, logo no final da Avenida Paulista. Endereço muito conhecido devido ao complexo hospitalar que é uma grande referência no Brasil. Esse complexo fica do lado esquerdo de quem olha para o oeste e do lado direito ficam alguns cemitérios bonitos e famosos.
No meio, ou melhor, no subterrâneo dos dois fica a estação Clínicas do Metrô, dependendo do tipo de visita que se deseja, você se dirige à direita ou à esquerda. Sempre olhe para o oeste e se desejar uma consulta médica, vá para a esquerda, mas se for visitar algum saudoso parente ou conhecido, vá para a direita.
Direita ou esquerda à parte ocorreu uma situação que poderia descrever como politicamente incorreta. Um dia desses, ao descer na estação Clínicas pude ver um velhinho (muito velhinho) que parecia não saber bem o lado que deveria ir. Perguntei se ele precisava de ajuda e ele realmente estava perdido:
- Meu filho, onde fica a saída? Indagou o velhinho.
- Qual o lado o senhor deseja ir? Para o hospital ou para o cemitério? Ingenuamente perguntei.
Notei que o semblante do velhinho foi ficando rubro, mas eu não havia refletido sobre o que perguntei a ele. E não deu outra, escutei palavras não muito saudáveis vindas da boca do ancião, mas depois entendi a razão da revolta. E nada adiantaria argumentar que as grandes referências da estação Clínicas são tanto o hospital como o cemitério. Seria inútil e quem sabe poderia me complicar ainda mais.
Segui o meu caminho e até hoje não sei para onde o velhinho se dirigiu. Eu fui para a direita.
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