O nome científico da jaca

    Pode ser que nomes científicos sejam imponentes, elegantes e incompreensíveis, mas não poderia ser diferente com a maior fruta do mundo, cujas sementes produzem efeitos afrodisíacos (afirmam os mais entusiasmados). Sim, é ela: A JACA cujo nome científico é ARTOCARPUS HETEROPHYLLUS. Parece que foi concebida, originalmente, no sul da Índia, quase Sri Lanka, mas pode ser que tenha alguma relação com a Indonésia, na linha do Equador.


    Seja lá qual for a verdadeira história, o fato é que a jaca deu o ar da graça no Brasil por intermédio dos nossos bravos patrícios, os Portugueses. Dizem que quando estiveram na Índia, comeram tanta jaca que se viciaram. Levaram a protuberante fruta para os quatro cantos do mundo (se é que o mundo tem cantos). Mas a danada se desenvolveu aqui no Brasil, saudável com uma autêntica “baianidade”. Contam que os Espanhóis também se relacionaram afetivamente com as jacas e houve confrontos na época das grandes navegações, algo parecido com a guerra fria. A jaca era uma espécie de arma nuclear, quem a possuísse teria maior domínio.

    Mas voltemos a nomenclatura. Alguns estudiosos afirmam que o nome popular da danada era Chakka (algo meio Sânscristo, meio Javanês) e os especialistas em classificação científica imputaram-na ao gênero Artocarpus, com o pomposo sobrenome Heterophyllus que seria algo com amigo do hétero (segundo antigos conservadores). Se as frutarias e mercados comercializassem a estonteante fruta com seu nome científico certamente não venderiam nada:

    - Por gentileza, o senhor tem Artocarpus Heterophyllus madura? Pergunta o cliente.

    - Queíssso! Sou comerciante honesto. Responde o dono da quitanda.

    Ou seja, não dá. O nome jaca ou chakka é o melhor que se poderia ter. É comercialmente forte, direto e significativo. Dizem que uma senhora foi até a quitanda, mas estava resfriada e indagou ao comerciante:

    - O senhor tem "chakka" madura?

    - Tinha, mas acabaram. Jaca vende mais que água.

    Ou seja, todo mundo se entende, mesmo resfriado ou com a língua presa. E viva a CHAKKA!

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