A sutil diferença entre a sabedoria e a tolice

Dizem por aí que Platão tinha dois grupos de discípulos, uns à sua direita e outros à sua esquerda. Mas pode ser uma mentira bem contada ou como dizem hoje em dia “fake news”. Mas pode ser que os grupos já estavam divididos desde a Grécia antiga. E Platão estava lá no meio, sendo simpático com os dois lados e buscando manter a bagaça em ordem. Dizem até que Aristóteles ficava mais à frente, porém se conservava à direita. Deve ser mentira!


E tinha um grupo que falava mais que o outro. Geralmente discutiam sobre aquele papo de “vem de dentro ou vem de fora”. Se coisa vem de dentro, não tem o que fazer já tá feito, mas se a coisa vem de fora, aí o bicho pega. E Platão continuava se equilibrando entre a sabedoria e tolice de seus alunos. E como vivia no mundo das ideias, pendia um pouco mais para a coisa do vem de dentro, mas da boca para fora tentava manter a harmonia.

Só que alguns alunos falavam demais, divulgavam notícias falsas nos meandros da Academia ou ainda compartilhavam mentiras com a galera mais próxima. Algo bem parecido com os grupos de Whatssap. E como a Academia também formava políticos, o perigo era iminente. Platão, mesmo contrariado, teve que agir. Criou regras para disciplinar as falas desenfreadas e notícias falsas (as Fofokotes). Criou a LGPD Atenas com um conjunto de medidas, parâmetros e alertas para que a coisa não degringolasse. Foi então que surgiu a famosa frase:

O sábio fala porque tem algo a dizer. O tolo fala porque tem que dizer algo”.

Mas a coisa não funcionou muito bem. A direita insistia no “vem de fora” e a esquerda era inflexível no “vem de dentro”. E com políticos no meio deles a coisa tomava uma proporção homérica (vixe!). Foi nessa época que Platão distinguiu a sutil diferença entre a sabedoria e a tolice. Percebeu que alguns sábios fingiam-se de tolos, falando besteiras somente para que não percebessem sua sabedoria. E também tinham tolos que fingiam ser sábios dizendo coisas nobres e relevantes, somente para alimentar a própria soberba. Aquilo que não se pode resolver, resolvido está. E tinha a chamada Profecia Platônica que previa uma solução definitiva entre saber e enganar para meados do século XXI, com o advento da inteligência artificial. 

Pode ser que tenhamos máquinas bem intencionadas, mas a sutil diferença entre a sabedoria e a tolice não será revelada. Pode ser que o sábio e tolo sejam sempre os mesmos.


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