Pode ser
que você não saiba o que é ubiquidade. Eu não sabia, mas fui pesquisar. É o ato
de estar presente em vários locais ao mesmo tempo. O que me motivou foi a
lembrança dos tipos inesquecíveis que pude conhecer. Pode ser que sejamos
inesquecíveis ou mesmo esquecíveis em alguns momentos, mas certamente não o
tempo todo. Mas eu conheço dois elementos que parecem onipresentes.
O
primeiro lembrado é um camarada de fala tão rápida que o seu interlocutor
torna-se monossilábico. Em um diálogo com ele, você fica pensando se não seria
melhor ter legendas no pé (tecla SAPés). Mas tal característica não foi tão
inesquecível como a de estar em diversos locais ao mesmo tempo, pelo menos,
essa era a sensação de quem o conhecia. Não podia falar o seu nome que ele
brotava literalmente na sua frente.
Lembro-me
de um episódio quando trabalhávamos em um projeto e saíamos para jantar em
grupos distintos (também conhecido como panelinhas). O sujeito ubíquo tinha seu
grupo preferido, apesar do grupo não saber disso. Antes de sair para jantar,
certificamos que ele estava longe e certamente não saberia onde fomos. Saímos
com uma rapidez impressionante, visando não ser surpreendido pela presença do
ubíquo. Chegamos ao restaurante, olhamos nos arredores e nas mesas do local e
tudo bem. Nada do sujeito naquele local. Fomos para a mesa e inadvertidamente
alguém do nosso grupo citou o seu nome. Como num passe de mágica, adivinhe quem
brotou ao lado? E dizem que naquele mesmo momento ele também se encontrava caminhando
pela praia. Seja lá como for, decidimos jamais pronunciar o seu nome em vão.
Teve
também um episódio altamente significativo. O mestre ubíquo embarcou em dois
voos, em companhias diferentes, em horários próximos e para destinos
diferentes. E dizem que chegou bem aos dois destinos. Só não sei se ele ganhou
milhagem em dobro. Pensando bem, quem pode estar em diversos locais ao mesmo
tempo, não tem como não ser inesquecível. Nem que queira.
Comentários
Postar um comentário