Ainda na
barriga da mãe, mas ávido para conhecer o mundo, tentou sair antes da hora.
Cutucou muito, cutucou até a mãe ir ao médico, que consultou, analisou e
decretou: “NÃO é chegada a hora, ainda”. O primeiro NÃO fica para a
posteridade, mas aquele passou batido.
Como era
inevitável, saiu e foi desbravar o mundo. A medida que crescia, crescia também
sua coleção de NÃOs. O pai contribuiu com 1836 “NÃOs”. Os irmãos superaram as
expectativas com 16428 “NÃOs”. A mãe sempre amável, dócil e compreensiva foi
mais camarada, com apenas 1143 “NÃOs”.
Na
escola, sua coleção atingiu níveis estratosféricos. Era “NÃO” de todo lado e a
todo o momento:
- Posso
brincar com vocês?
- NÃO.
- Posso
estudar com vocês?
- NÃO e
NÃO.
- Posso
“NÃO” ficar com vocês?
- SIM
(êpa? Um sim?).
E assim
foi. Começou a trabalhar depois de escutar muitos “NÃOs”, algo em torno de 445,
mas não desistiu. No trabalho, sua coleção cresceu consideravelmente, sendo que
naquela altura do campeonato, já possui 22719 “NÃOs” e sua trajetória prometia
bater recordes.
No namoro
não foi diferente. Muitos e muitos “NÃOs”. Pensou em desistir, mas NÃO
conseguiu (ou melhor, mais um NÃO para a coleção). Ainda NÃO casou (mais um
NÃO).
Um dia, parou para refletir sobre sua estupenda coleção de “NÃOs”. Soma daqui, multiplica dali, registra cada NÃO recebido e raciocina: “Sou o maior colecionador de NÃOs do mundo”.
Correu
para o Guinness World Records para ratificar seu feito até o momento. Seria
famoso pelos “NÃOs”. Que feito extraordinário! Até que chegou a resposta do
Guinness: “NÃO, você não é o maior colecionador de “NÃOs” do mundo. Continue
colecionando”.
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